CIDADES SEM CARROS

É estranho pensar que as cidades sem carros sejam bons lugares para viver. Na verdade, já deveríamos ter nos acostumados com as constantes mudanças que ocorrem em nosso modo de deslocamento. Quem poderia imaginar que conseguiríamos comprar quase tudo sem ter que ir até a loja? Ou que apertando algumas teclas do celular, entraríamos no carro de um desconhecido para nos levar a determinado lugar?

No final do século XIX, o maior problema das cidades eram as crescentes o excesso de estrume de cavalo nas ruas, criando problemas de saúde, com proliferação de moscas, sujeira e mal cheiro. E quem iria imaginar que o transporte não usaria mais a força dos cavalos, mas o combustível a base de petróleo?

Atualmente vivemos outra quebra de paradigma, com a forte tendencia dos carros serem movidos por eletricidade, e não mais por petróleo. Mas o problema não é com a energia usada para mover os carros particulares, e sim com a quantidade de veículos nas ruas, e aí reside a importância de criar boas alternativas para o pedestre se deslocar.  

Assista o vídeo no meu canal Cidades sem Carros: https://youtu.be/mISvf5aJ0q8

AMSTERDAM

Amsterdam é internacionalmente conhecida pela imensa quantidade de bicicletas. Ou seja, a quantidade de bicicletas é maior que o número de habitantes. A partir dos anos 1970, o aumento das fatalidades por acidentes de carros, fez que movimentos populares pressionassem pela implantação de políticas públicas para restringir o uso de veículos e facilitar a circulação de bicicletas.

Assim, a cidade possui ótima infraestrutura para as bicicletas circularem com conforto e segurança, para as pessoas caminharem, ou se deslocarem por transporte público, onde o bonde azul é ideal para o centro da cidade.

Amsterdã possui política de constante diminuição de limite de velocidade dos carros a fim de melhorar a segurança nas vias. Isto é devido a velocidade ser a maior causa dos acidentes. Ela também tem transformado várias vias anteriormente usadas por carros, em áreas de lazer, restringindo cada vez mais o uso de veículos.

LONDRES

Londres é tão antiga e majestosa, que parece já ter nascido importante. Em 1863 inaugurou-se o metrô da cidade, o primeiro do mundo, para aliviar as ruas congestionadas por cavalos, carruagens, vendedores e pedestres. Atualmente, o metrô é o quarto mais longo do mundo e faz parte do eficiente sistema integrado de transporte público da cidade, além dos ônibus e trens.

Londres é uma cidade cosmopolita que recebe milhares de estrangeiros, e é muito fácil usar transporte público, pois mapas, sinalizações, rotas, funcionam de modo intuitivo.  Há mapas de metrô, ônibus, rios, ciclovias, áudio mapas, mapas para andar a pé e, o melhor, mapas com rotas para conhecer lugares silenciosos e agradáveis da cidade.

Para desestimular os carros particulares, há três áreas especiais (também possuem mapas) em que se pagam taxas para poder dirigir: área de Congestionamento, de Baixa Emissão e de Ultra Baixa Emissão. Por outro lado, há exceções para veículos previamente cadastrados, como táxis, ambulâncias, viatura de bombeiros, forças armadas e outros.

Apesar do esforço consistente que Londres sempre empreendeu para melhorar o trânsito da cidade, ela não é uma cidade tão sem carros como gostaria de ser.

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Londres investe bastante em transporte público.

SINGAPURA

Singapura possui 6 milhões hab., mas a sua área é pequena, então o n⁰ hab./km2 é muito elevado, criando constante preocupação com o melhor uso possível do solo. Como o Brasil é gigante, não nos importa que o transporte por carro particular use imensas áreas de terra – o que para nós é irrelevante, para os singapurianos é muito importante. Em Singapura, as estradas ocupam 12% da terra, a indústria ocupa 13% e a habitação 15%.

A rede de trilhos ocupa menos de 1% da terra e atende 3 milhões de jornadas/dia. As rodovias ocupam 12% da terra e atende 7 milhões de jornadas/dia (incluindo carros, ônibus, motocicletas e carros privados contratados). O transporte público de massa é o núcleo da estratégia de transportes. Sendo assim, a rede de trilhos é a coluna vertebral. Atualmente, 70% dos domicílios está a 10min. de caminhada de uma estação de trilhos. Também ocorrem melhorias contínuas para os pedestres e ciclistas.

Com crescimento zero na quantidade de carros, o transporte compartilhado permite uso mais eficiente, pois atende mais pessoas, quando comparado com o carro particular/individual.

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Cidades sem Carros: ruas de Singapura

Fascinados por Transportes

Leia também: https://fascinadosportransportes.com.br/amsterdam-e-o-transporte-urbano/

Saiba mais: https://fascinadosportransportes.com.br/metro-de-londres/

Assista meu vídeo sobre o metrô de Londres: https://youtu.be/Y77aoA-ueKY

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