A iluminação foi o primeiro grande uso do petróleo, e foi até a época em que Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica. Então foi preciso achar um novo uso para o petróleo, que ficou sendo, principalmente, em combustíveis para a nascente indústria automobilística.
Lampiões Antigos (antes dos lampiões querosene)
Os lampiões foram usados por séculos, e provavelmente o início ocorreu na Pérsia no século IX. Na época eram lampiões de óleo vegetal e gordura ou sebo animal.
A partir dos anos 1700, o lampião com óleo de baleia passou a ser uma das melhores opções, por sua queima com pouco odor e sujeira. Entretanto, a caça das baleias era perigosa e o processamento do óleo relativamente caro. Mas mesmo assim houve a dizimação de inúmeros cardumes para atender a demanda. Porém era evidente a necessidade de outra alternativa para iluminação que atendesse em larga escala.
As pessoas não queriam mais limitar as suas atividades apenas à claridade do dia, queriam iluminação por um tempo maior. A Revolução Industrial também gerou a necessidade de iluminação por maiores períodos. Do mesmo modo, a Revolução Industrial carecia de melhores lubrificantes para as máquinas, pois os existentes não eram muito adequados.
O gás urbano, derivado do carvão, era utilizado nos lampiões das ruas das cidades, porém era caro e atendia somente ao público com maior poder aquisitivo. A opção mais acessível à maioria da população era o óleo de canfeno que tinha bom preço e produzia boa iluminação, entretanto era altamente inflamável e costumava explodir nas casas.
O PETRÓLEO JÁ ERA CONHECIDO E TINHA OUTROS USOS
O petróleo era um material conhecido desde o início dos tempos, usado principalmente como argamassa betuminosa para a construção de casas e estradas, e calafetação de embarcações. As Sagradas Escrituras indicam o uso do betume na construção da Arca de Noé: “Faze uma arca de madeira resinosa; tu a farás de caniços e a calafetarás com betume por dentro e por fora”. Gênesis 6,14.
O óleo de pedra, petróleo, substância escura e com cheiro forte, era muito diferente dos óleos vegetais e da gordura animal. Ele borbulhava em mananciais ou surgia das minas de sal, e a coleta era artesanal, escumando das superfícies dos mananciais e córregos, ou torcendo panos embebidos na água oleosa. O uso do petróleo também era na fabricação de medicamentos para dor de cabeça, dor de dente, reumatismo, vermes, etc. Em algumas regiões os gases emanados pelo petróleo, que subiam do chão, criavam colunas de fogo, originando os adoradores do fogo.
Na Europa Ocidental havia se desenvolvido uma incipiente indústria, onde os camponeses cavavam poços manualmente para extrair petróleo e refinando-o produziam querosene. Também houve adaptação do lampião para queimar querosene e produzir iluminação de boa qualidade. Em meados de 1850 existia um comercio de lampião de querosene em Viena, e a produção mais significativa de querosene estava na Romênia e na Galícia. O problema era que a quantidade de petróleo extraído era pouca e consequentemente a querosene era insuficiente.
O PROBLEMA ERA A QUANTIDADE DE PETRÓLEO
Em 1850, um pequeno grupo de investidores norte-americanos decidiu alavancar o uso do petróleo para queimar em lampiões como iluminante. Desse modo, eles achavam que o material poderia competir com o óleo de carvão que estava se popularizando na época. A questão era que precisariam obtê-lo e processá-lo em quantidade suficiente para abastecer o grande mercado de iluminação, oferecendo então um produto barato e de qualidade. A obtenção do petróleo era artesanal e em pequenas porções.
Os investidores sabiam que há mais de um século os chineses possuíam uma tecnologia para perfuração e extração de poços de sal, atingindo cerca de 1 km de profundidade. Esta metodogia passou pela Europa e depois chegou nos EUA. Assim também, eles queriam adaptar a técnica de extração de sal para o petróleo, perfurando ao invés de escavar.
Para a tarefa, escolheram um homem tipo faz-tudo, o antigo maquinista Edwin Drake, e o mandaram para a pequena Titusville, Pensilvânia, onde já se coletava poucos galões diários de petróleo usando-se métodos convencionais. Finalmente, após vencer vários obstáculos, Drake conseguiu fabricar a torre de sondagem e equipamentos similares aos usados para perfuração de poços de sal. Em agosto de 1859, muito pressionado pelos investidores que injetavam dinheiro sem obter qualquer resultado, Drake e sua minúscula equipe finalmente encontraram petróleo por perfuração.
Rapidamente providenciaram barris de madeira para estocar a grande quantidade de material que jorrava da torre de perfuração. A população da minúscula Titusville multiplicou-se da noite para o dia e assim como o preço das terras. Milhares de desbravadores com suas torres de madeira perfuravam o solo para encontrar petróleo em abundância. Iniciava-se o boom do petróleo. Do mesmo modo, as imediações começaram a ser exploradas e a região ficou conhecida como Oil Regions. Imediatamente surgiram várias refinarias que transformavam o óleo bruto em querosene.
LAMPIÕES DE QUEROSENE (PETRÓLEO)
Os lampiões de querosene revolucionaram a sociedade da época, possibilitando a realização de tarefas em horários sem a luz do sol, com iluminação gerada por um lampião confiável. Sendo assim, o boom do petróleo na iluminação, ampliou a oferta de querosene no mercado, possibilitando o acesso a um iluminante de ótima qualidade e com bom preço. Os lampiões de querosene, comparados com os antigos, eram mais seguros, eficientes e fáceis de operar.
Os lampiões de querosene foram largamente utilizados durante vários anos. Finalmente, quando se popularizou a lâmpada elétrica inventada por Thomas Edison, terminou o uso do petróleo na iluminação.
Fascinados por Transportes
Fonte: The History of the Kerosene Lamp – Iowa State University: University Museums Posted on April 24, 2020 by Allison Sheridan
Assista o vídeo do meu canal sobre a importância do petróleo: https://youtu.be/lBTyi25D0jM
Leia também: https://fascinadosportransportes.com.br/historia-barril-petroleo-42-galoes/