Os irmãos Rebouças, André e Antônio foram notáveis engenheiros ferroviários brasileiros do século XIX, homenageados até hoje como nome de ruas, avenidas, bairros, túnel, etc.
Embora o sobrenome Rebouças seja famoso, poucos conhecem as contribuições de Antônio e André Rebouças, que atuaram em importantes obras de transportes no século XIX. Eram filhos de um dos raros advogados negros da época e também conselheiro de D. Pedro II. Ambos lutaram pela abolição da escravidão, principalmente André que participava de manifestações e campanhas, pois Antônio morreu com apenas 35 anos.
Eles cursaram engenharia na Escola Militar do Rio de Janeiro e depois foram para a Europa para se especializar em portos e ferrovias. Posteriormente, voltando ao Brasil atuaram em várias obras, dentre elas:
- Estação Ferroviária de Curitiba, PR
- Ferrovia Curitiba-Paranaguá, PR (considerada maior obra engenharia férrea nacional)
- Estrada da Graciosa, PR
- Parque Nacional do Iguaçu, PR
- Estação Ferroviária de Limeira, SP
- Estrada de Ferro Limeira-Campinas-Rio Claro, SP
- Sistema de abastecimento de água no Rio de Janeiro, RJ
- Construção de docas, RJ

FERROVIA CURITIBA-PARANAGUÁ
A construção da ferrovia Curitiba-Paranaguá iniciou-se em 1880 e concluída em 1885. Na época da inauguração compareceu a Princesa Isabel com sua comitiva de ministros e autoridades do Império. Dessa maneira, o projeto dos irmãos Rebouças, considerado arrojado mesmo para os dias atuais, estabeleceu o trajeto da ferrovia que serpenteia abismos e penhascos.
A ferrovia possui 110km de trilho, é uma obra de grande complexidade e considerada um marco da engenharia ferroviária nacional devido à altura e à chuva que, frequentemente, atrapalhava os trabalhos. A ferrovia possui quatorze túneis, dez estações e trinta pontes/viadutos onde foram usados dezenas de toneladas de ferro. Em segida, a ferrovia constitui-se o principal canal de escoamento dos produtos do Paraná para o Porto de Paranaguá.
Contudo, um pedido especial dos irmãos Rebouças, fez que não fosse utilizada mão de obra escrava na construção da ferrovia. Além disso, os eventuais escravos que trabalharam na ferrovia receberam pagamento por seus serviços. Os imigrantes poloneses, italianos e alemães foram os principais trabalhadores na ferrovia.
Fascinados por Transportes
Referência: https://bndigital.bn.gov.br/artigos/historia-e-memoria-antonio-reboucas-filho/
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