CAFÉ E DESENVOLVIMENTO DOS TRANSPORTES

O café desempenhou papel decisivo no desenvolvimento dos transportes, pois era uma mercadoria de grande consumo no século XVIII

O consumo de café espalhou-se pela Europa e suas colônias passaram a cultivar o produto em meados do século XVIII. No Brasil o cultivo começou pelo Norte até chegar ao interior de São Paulo. O cultivo do café contribuiu de maneira permanente na evolução dos transportes no país. Estando a região produtora de café próxima dos portos do Rio de Janeiro e de Angra, alavancou-se o desenvolvimento das estradas da região que antes eram caminhos de mulas para a mineração. Sendo assim, houve melhoria nos traçados, construção de pontes, sistemas de drenagem e construção de encostas. 

Após a vinda da família real para o Brasil, com o crescimento da produção e exportação cafeeira, o Império constatou que deveria investir em estradas de ferro, substituindo o até então primitivo transporte realizado por animais. Inicialmente foi necessário capital britânico para a construção das ferrovias, mas posteriormente os grandes fazendeiros investiram para ligar as suas terras produtivas às estradas de ferro.

Antes das ferrovias, o transporte era no lombo dos burros em estradas rudimentares, que necessitava de grande quantidade de escravos e que poderiam ser melhor utilizados nos trabalhos da lavoura.

POR QUE O CAFÉ ERA UMA MERCADORIA IMPORTANTE?

As casas de café surgiram por volta do século XVII no Império Otomano, na Península Arábica, e transformaram-se em locais onde as pessoas sociabilizavam e trocavam ideias. Posteriormente a moda foi para o Egito e, de lá se espalhou pela Europa.

Em 1652 abriu a primeira casa de café em Londres revolucionando a sociedade local, fortemente hierárquica e estruturada. Portanto, passou-se a permitir que pessoas de diferentes classes sociais ocupassem o mesmo espaço. Por décadas as casas de café foram o centro da vida urbana. Assim, escritores e poetas promoviam discussões; havia leilões de mercadorias; cientistas palestravam e demonstravam seus experimentos; filantropos atuavam, etc.

Os cafés públicos eram locais respeitosos onde as pessoas de bem podiam ser vistas. Espaços de troca de informações, realização de negócios, convívio social, etc.; possuíam jornais e folhetos para leitura dos clientes durante a permanência no local. Afinal, a iluminação era boa, claros, limpos e com boa mobília, em oposição às tabernas sombrias onde se vendiam bebidas alcóolicas. 

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Mapa de rotas do café atuando no desenvolvimento dos transportes.

MUDANÇA DE HÁBITOS

O surgimento do café também provocou importantes mudanças de hábitos. Afinal, ele passou a ser a primeira bebida da manhã, no lugar da cerveja fraca ou do vinho, que eram as opções mais seguras devido à ausência de água tratada. O consumo do café estimulou a concentração das pessoas no trabalho, em contraste à embriaguez e diminuição de sentidos provocado pelas bebidas alcóolicas.  O café passou a ser uma importante mercadoria no comércio internacional. Sendo assim, inicialmente foi monopolizado pelos árabes, mas depois passou a ser cultivado pelas colônias europeias.   

Em 1730 o café chega ao Brasil, em Belém do Pará. Ele veio a pedido de um governador local que solicitou a um sargento que estava em missão na Guiana Francesa. O produto já possuía grande valor comercial na época e a muda de café entrou na bagagem do brasileiro de maneira clandestina. Portanto, devido às condições climáticas favoráveis, rapidamente o café passou pelo Norte até se consolidar no interior de São Paulo. Posteriormente foi para o sul de Minas Gerais e norte do Paraná.

Hoje o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores mundiais de café.

Fascinados por Transportes

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