Os gargalos mundiais de transporte marítimo de petroleo (oil chockepoints) são uma parte crítica da segurança energética global. Cerca de 61% da produção mundial de petróleo e outros líquidos foram transportadas por estas rotas marítimas em 2015. Ou seja, o Estreito de Ormuz e o Estreito de Malaca são os mais importantes e estratégicos gargalos pelo volume de petróleo transportado.
A agencia norte americana EIA Energy International Agency define os gargalos mundiais de petróleo como canais estreitos extensamente usados como rotas marítimas globais. Porém, alguns tão estreitos que as restrições são colocadas no tamanho do navio que pode navegar por ele. Desse modo, os gargalos são uma parte crítica da segurança de energética global devido ao grande volume de petróleo e outros líquidos transportados pelos apertados Estreitos.
IMPORTÂNCIA DE ROTAS SEGURAS E CONFIÁVEIS
Os mercados internacionais de energia dependem de rotas confiáveis de transporte. Portanto, o bloqueamento de um gargalo, mesmo que temporariamente, pode levar a um aumento substancial de custos de energia e consequentemente ao preço mundial de energia. Os gargalos deixam os navios tanque vulneráveis ao roubo por piratas, ataques terroristas, agitações políticas na forma de guerras e hostilidades, e acidentes de transporte que podem gerar vazamentos de petróleo desastrosos.
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Os sete gargalos aqui mencionados fazem parte de importante rota comercial para transporte marítimo global de petróleo. Portanto, interrupções nestas rotas podem afetar os preços do petróleo e adicionar milhares de quilômetros de transporte em rotas alternativas. Pelo volume de petróleo transportado, o Estreito de Ormuz, retirando produto do Golfo Pérsico, e o Estreito de Malaca, unindo o Oceano Índico com o Pacífico, são os mais importantes e estratégicos gargalos mundiais.
ESTREITO DE ORMUZ
O Estreito de Ormuz é o gargalo mais importante do mundo com um fluxo de petróleo de 17 milhões de b/d em 2015, cerca de 30% de todo o comércio marítimo de petróleo e outros líquidos durante o ano. Em 2016, o total de produto que passou pelo Estreito de Ormuz aumentou e atingiu o recorde de 18,5 milhões de b/d.

ESTREITO DE MALACA
O Estreito de Malaca liga o Oceano Índico ao Pacífico, portanto, é a menor rota marítima entre o Oriente Médio e os crescentes mercados asiáticos. O fluxo de petróleo que passou pelo Estreito de Malaca subiu para 16 milhões de b/d em 2016, mantendo a sua posição de segundo gargalo de transporte mais movimentado.
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SUEZ CANAL E OLEODUTO SUMED
O Canal de Suez e o Oleoduto SUMED são rotas estratégicas para o petróleo do Golfo Pérsico e o transporte de gás natural para a Europa e América do Norte. Portanto, estas duas rotas combinadas contabilizam 9% do comércio marítimo mundial de petróleo em 2015.
O Canal de Suez está localizado no Egito e conecta o Mar Vermelho e o Golfo de Suez com o Mar Mediterrâneo. Porém, o Canal de Suez não opera com os navios ULCC Petroleiros Ultra Grandes e com os navios VLCC Petroleiros Muito Grandes quando estão totalmente carregados. Ou seja, o maior navio que pode navegar através do canal é o Suezmax.
O Oleoduto SUMED ou Suez Mediterrâneo transporta petróleo do Mar Vermelho para o Mar Mediterrâneo, através do Egito. Assim, o petróleo flui por duas tubulações paralelas com 42 polegadas de diâmetro e capacidade total de 2,34 milhões de b/d.
ESTREITO DE BAB EL-MANDEB
O Estreito de Bab el-Mandeb é um gargalo entre o Chifre da África e o Oriente Médio, ou seja, é uma ligação estratégica entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico. O Estreito conecta o Mar Vermelho com o Golfo de Aden e o Mar Arábico. Portanto, muitas exportações provenientes do Golfo Pérsico que transitam pelo Canal de Suez e pelo Oleoduto SUMED também passam pelo Bab el-Mandeb. Uma estimativa de 4.8 milhões de b/d de petróleo e produtos refinados passaram por esta rota marítima em 2016 com destino à Europa, Estados Unidos e Ásia.
CANAL DO PANAMÁ
O Canal do Panamá não é uma rota significativa para o comércio de petróleo norte-americano. Assim, a recente conclusão da expansão do canal provavelmente não mudará significativamente o fluxo de petróleo e seus derivados, com exceção da exportação norte-americana de propano. Os navios de petróleo e de produtos derivados foram uma porção pequena do tráfego do canal em 2016.
O Canal do Panamá é uma rota importante que conecta o Oceano Pacífico com o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico. O Canal tem uma extensão de cerca de 80km e apenas 33m no seu ponto mais estreito – Culebra Cut – na Divisória Continental. Dessa maneira, mais de 13.000 navios transitaram pelo Canal de Panamá no ano de 2016, representando cerca de 204 milhões ton. de carga. Mercadorias com origem ou destino para os Estados Unidos representam mais de 67% do total de embarcações que passaram pelo Canal de Panamá em 2016. Todavia, a porção da China ocupa um distante segundo lugar com cerca de 19%.
ESTREITOS TURCOS
Embora ainda sejam um importante gargalo para o transporte de petróleo da região do Mar Cáspio, os Estreitos Turcos têm tido menor transporte desde 2011, caindo para 2,4 milhões de b/d em 2016. O petróleo transportado por estes estreitos tem suprido a Europa Ocidental e Meridional.
Os Estreitos Turcos, localizados na Turquia, incluem as rotas de Bósforo e Dardaneles, e dividem Ásia da Europa. Dessa maneira, eles suprem a Europa Ocidental e Meridional com petróleo da Rússia e da região do Mar Cáspio.

ESTREITOS DINAMARQUESES
Os Estreitos Dinamarqueses são uma série de canais que conectam o Mar Báltico ao Mar do Norte. Assim, eles são uma rota importante marítima russa para exportação para a Europa. Uma estimativa de 3,2milhões de b/d de petróleo e derivados passaram pelos Estreitos Dinamarqueses em 2016.
CABO DA BOA ESPERANÇA
Embora não seja um gargalo, o Cabo da Boa Esperança é uma rota importante do comércio global. Petróleo que passa pelo Cabo corresponde a 9% de todo o transporte marítimo de petróleo.
O Cabo da Boa Esperança, localizado no extremo sul da África é um importante ponto de transporte de navios petroleiros no mundo. Assim, o EIA estima cerca de 5,8 milhões de b/d da rota marítima de petróleo foi transportada pelo Cabo da Boa Esperança em ambas as direções em 2016.
Fascinados por Transportes
Fonte: EIA US Energy Information Administration. World Oil Transit Chokepoints. Publicado em julho.2017. Disponível em: https://www.eia.gov/international/analysis/special-topics/World_Oil_Transit_Chokepoints