O Oleoduto SUMED (Suez-Mediterrâneo) e o Canal de Suez são duas grandes rotas de transporte de petróleo e gás natural, fazendo assim, que o Egito tenha um papel significativo no transporte global de petróleo e gás natural. O Canal e o Oleoduto são gargalos estratégicos não apenas para o Egito, mas para o comércio internacional destes dois produtos.
O eventual fechamento do Suez e do SUMED exigiria que os navios desviassem pelo Sul da África, adicionando vários dias de viagem, ainda mais os custos do transporte.
O Canal de Suez possui extensão de 193km e conecta o Mar Vermelho e o Golfo de Suez com o Mar Mediterrâneo. Através do canal de Suez, os fluxos de petróleo no sentido Norte são maiores dos que o no sentido Sul; pois o fluxo para o Norte vem principalmente dos países do Golfo Pérsico e se destinam a Europa e, em menor participação aos Estados Unidos. A Rússia, Turquia, Holanda, Algéria e Líbia são países significativos na exportação de petróleo e contribuem com o fluxo sentido Sul. Principalmente porque estas exportações são destinadas aos mercados asiáticos.
O oleoduto SUMED tem 322km de extensão e transporta petróleo do Mar Vermelho ao Mediterrâneo através do Egito. Assim, o petróleo flui por dois oleodutos paralelos com diâmetro de 42” e capacidade total de 2,34 milhões b/d. O SUMED pertence à Cia Árabe de Oleoduto, uma joint-venture entre Egyptian General Petroleum Corporation (50%), Saudi Aramco (15%), Abu Dhabi’s International Petroleum Investment Company (15%), múltiplas companhias do Kuwait (15%) e Qatar Petroleum (5%).

USANDO O SUMED OS NAVIOS FICAM MAIS LEVES E PASSAM PELO CANAL DE SUEZ
O oleoduto SUMED é a única rota de transporte de petróleo do Mar Vermelho ao Mediterrâneo se os navios não puderem passar pelo Canal de Suez. Desse modo, os navios tipo VLCC totalmente carregados devem usar o SUMED para conseguirem ultrapassar o Canal de Suez. Então, o navio faz o lightering, que é a transferencia de parte de sua carga pelo oleoduto. O lightering ocorre quando o navio precisa diminuir seu peso e calado por redução de carga para conseguir entrar em uma rota marítima restrita ou canal.
O Canal de Suez não é profundo o suficiente para a passagem de um navio VLCC totalmente carregado, então parte do petróleo é descarregado no Oleoduto SUMED no Terminal Ain Sukhna. Desse modo, o navio VLCC parcialmente carregado passa pelo Canal de Suez e na outra extremidade do oleoduto, no Terminal Sidi Kerir, ele recolhe o petróleo descarregado e segue viagem novamente com a sua carga total.
Leia mais sobre o Canal de Suez: https://fascinadosportransportes.com.br/canal-de-suez/
Assista o vídeo sobre o Canal de Suez no meu canal do youtube: https://youtu.be/eegwjj_b7LU
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Fontes:
Eurasian Review. Egypt Energy Profile: Largest Non-OPEC Oil Producer In Africa – Analysis. Publicado em março. 2018. Disponível em: https://www.eurasiareview.com/28052018-egypt-energy-profile-largest-non-opec-oil-producer-in-africa-analysis-2/
EIA Energy International Agency. World Oil Transit Chokepoints. Publicado em out.2019. Disponível em: https://www.eia.gov/international/analysis/special-topics/World_Oil_Transit_Chokepoints