O sistema de Moradia na Suíça nos surpreende, pois a princípio poderíamos achar que todo cidadão suíço é proprietário de um belo chalé nos Alpes. A realidade, porém, não possui muito glamour.
DÉFICIT HABITACIONAL
Por incrível que pareça, na próspera Suíça, apenas 40% das pessoas possuem casa própria e o restante vive de aluguel; que é uma exceção entre as economias ricas. Na Europa 70% das pessoas possuem casa própria. Segundo a NZZ de Zurique, a Suíça está prestes a enfrentar o maior déficit habitacional dos últimos 30 anos, devido a três fatores principias:
- Aumento populacional,
- Propriedades de menor tamanho,
- Número insuficiente de construção de novos imóveis,
O aumento populacional tem ocorrido, mesmo com a redução na taxa de natalidade. É um estranho crescimento, com mais pessoas e menos crianças: é devido a vinda de refugiados ucranianos (que estão recebendo status de proteção pelo governo) e também de pessoas vindas da Alemanha, Itália e França.
Hoje quase 9 milhões de pessoas moram na Suíça. Sendo um país pequeno, não há muitos terrenos disponíveis para a construção.
O PAÍS DOS INQUILINOS
A Suíça é o país dos inquilinos, e não se orgulha disto. O mercado imobiliário é apertado, e a procura é maior que a oferta. Em regiões rurais/interior, há mais proprietários de residências do que em centros urbanos, onde boa parte das pessoas vivem em apartamentos alugados. O nível de vida suíço é alto até pelos padrões internacionais e o custo do aluguel pesa muito no orçamento das famílias, principalmente as mais pobres.
A maior parte da população suíça vive em imóveis alugados em edifícios de apartamentos.
Segundo a Revista Suíça, há quem concorde com a concentração de pessoas em apartamentos alugados, pois se toda a população morasse em casas de uma só família no platô suíço, atendendo o sonho de morar na natureza, o país seria totalmente asfaltado. Assim, o grande número de inquilinos, contém a expansão urbana e a construção em larga escala – o país é pequeno e há pouca porção de terra disponível para moradia.
Embora a lei de proteção aos inquilinos restrinja aumentos abusivos de aluguel, o aumento da procura, principalmente nas maiores cidades faz aumentar os aluguéis.
TIPOS DE MORADIA NA SUÍÇA
Diferente de vários países, não há bairros ruins na Suíça, mas determinadas áreas são mais desejáveis do que outras; devido a paisagem, acesso às escolas, lagos, montanhas, etc. Outro aspecto importante é que os impostos variam de acordo com o local da residência. Como o país é pequeno, a distância a se percorrer nunca é longa.
É comum os suíços morarem em locais com pouco espaço. Os prédios de apartamentos costumam ser modestos, porém com boa manutenção. Morar em apartamento é o modo de vida mais típico na Suíça. Há muitos trabalhadores estrangeiros em cidades grandes como Genebra e Zurique, causando uma população transitória nos apartamentos. Casas isoladas são pouco encontradas em áreas centrais, sendo mais comuns na periferia.
O SONHO DOS SUÍÇOS
Desde 2015 a MoneyPark, alaCasa and Helvetia Insurance realizam o maior estudo independente para saber qual o imóvel ideal para a população da Suíça.
É o sonho de mais de 60% dos suíços possuir uma casa no campo e passar para os filhos. Do mesmo modo 90% das pessoas que vivem no campo querem viver lá até o final de suas vidas
Mas é algo difícil de se realizar, sendo que os maiores obstáculos são os elevados preços e escassez de oferta. Para se tornar proprietário de um imóvel, a maioria tem que se endividar fortemente, que dura mais que a própria vida. Então, enquanto em outros países europeus, os pais transmitem a propriedade aos filhos, na Suíça, eles transmitem a dívida.
O sistema financeiro suíço não estimula os proprietários a amortizarem as suas dívidas. Sendo assim, costuma ser mais vantajoso financeiramente alugar um imóvel do que comprar. Quando, finalmente, os suíços conseguem a posse de um imóvel residencial (apartamento ou casa), não se desfazem dele, pois conhecem a dificuldade de conseguir outro. Então, os imóveis permanecem na família por várias gerações.
Para a faixa etária entre 25 a 30 anos, quase 64% preferem morar em casa; enquanto a maioria dos idosos preferem morar em apartamento. Viver no campo é preferência das pessoas entre 41 e 60 anos (53%), e as pessoas idosas preferem ambientes urbanos.
A pandemia fez as pessoas mudarem os hábitos e o local onde mais as pessoas priorizam é o jardim. Logo em seguida vem o banheiro e a cozinha.
Fascinados por Transportes
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