Transporte publico em Singapura: o desafio de transportar pessoas com eficiência e sustentabilidade.
Singapura é uma pequena cidade-estado no Sudeste Asiático conhecida por, em poucas décadas, ter se tornado um caso de sucesso econômico e social. Na pequena gigante Singapura, o uso adequado do solo é fundamental, portanto há intensos programas para diminuir ao máximo o uso de veículos particulares.
Para atender as necessidades dos habitantes de Singapura há duas restrições chaves: terra e emissão de carbono. As estradas ocupam 12% da terra, a indústria ocupa 13% e a habitação ocupa 15%.
O transporte publico em Singapura é prioridade da administração, portanto trabalha-se constantemente na melhoria da eficiência do sistema COE (certificado de licença de cota para possuir um veículo em Singapura). O objetivo é tornar-se uma sociedade car-lite (que usa pouco automóvel particular), priorizando o deslocamento a pé, por bicicletas ou transporte público.
PRIORIDADE NO TRANSPORTE DE MASSA
A rede de trilhos atende cerca de três milhões de jornadas por dia e ocupa menos de 1% do espaço superficial. Por outro lado, as rodovias ocupam 12% da terra para atender sete milhões de jornadas por dia, incluindo carros, motocicletas, ônibus e PHC (carros privados contratados).
Assim, o transporte público em massa é o núcleo da estratégia de transportes e a rede de trilhos é a coluna vertebral do sistema de transportes. Atualmente, sete em cada dez domicílios está a cerca de dez minutos de caminhada de uma estação de metrô, sendo que o objetivo para a próxima década e subir para oito em cada dez municípios. Portanto, estão sendo construídos mais 100km de trilhos, ou seja, aumento de 40% da atual rede de trilhos.
SUSTENTABILIDADE NO TRANSPORTE
A expansão do transporte publico em Singapura também busca que seja inclusivo, confortável e sustentável. Atualmente todas as estações de MRT (um tipo de metrô) e baldeação de ônibus, assim como 98% dos pontos de ônibus, não possuem obstáculos que dificultem o acesso de pessoas com limitações.
Ao mesmo tempo, agencias de transportes e governamentais têm integrado estratégias de transportes terrestres e planejamento urbano para aproximar os empregos das moradias, além de levar centros de lazer próximos aos gargalos de transportes.

TRANSPORTE PORTA A PORTA
O transporte dividido, que inclui taxis e PHC (carros privados contratados) proporcionam transporte de passageiros porta a porta, complementando o transporte público de massa. São uma alternativa útil à posse de um carro, e atualmente, o setor porta a porta contabiliza cerca de um milhão.
Com crescimento zero na quantidade de carros, o transporte compartilhado permite uso mais eficiente e inclusivo nas estradas, atendendo as necessidades de mais habitantes de Singapura, se comparado com os carros particulares e individuais.
E COMO FICA O VEÍCULO PARTICULAR?
Pesquisa da Straits Times informa que a taxa de jovens que desejava um carro próprio caiu de 65% em 2016 para 50% em 2022. Mais de 75% dos pesquisados informou que o pronto acesso ao transporte público era a razão deles não aspirarem por seu próprio carro. Entretanto, há o desejo de possuir o carro próprio, sendo que pode ser uma necessidade, uma opção útil, ou um desejo.
Além disso, há o caso das propriedades que possuem vários carros. Em 2022, dos 471.000 domicílios que possuíam carros, 12% possuíam dois carros e menos de 3% possuem três ou mais carros. O percentual se mantém até hoje, um ano depois. Na última década, a proporção de domicílios que possuem vários carros tem declinado e atualmente corresponde a apenas 15%.
Fascinados por Transportes.
Fonte: S. Iswaran. Strait Times. Singapura. Publicado em 09. maio.2023. Disponível em https://www.straitstimes.com/opinion/meeting-the-diverse-transport-needs-of-singaporeans
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