O Corredor Lapis Lazuli foi aberto oficialmente no final de 2018. Ele começa nos Portos de Akina e Turgundi (Afeganistão) até alcançar o Porto Turkmenbashi (Turcomenistão). Posteriormente, ele atravessa o Mar Cáspio e vai de Baku (Azerbaijão) até os Portos de Poti e Batomi (Geórgia).
O corredor passa por vários portos no Mar Negro até alcançar a Europa, via Turquia. A rota em questão inclui rodovias, ferrovias e transporte marítimo.
Enquanto a atividade política continua no Afeganistão, ainda continua incerto quem irá preencher o vácuo do poder no país. Todos os olhos estão voltados para a China, que está tentando aumentar a sua influencia no país depois dos Estados Unidos. Entretanto, diferente dos americanos, a China está atuando para alcançar a sua efetividade através do Projeto Belt-Road que iniciou em 2013. O Afeganistão, que é a chave da Eurásia, chamada coração do mundo, não está apenas na linha Ocidente-Oriente, mas também em uma posição muito estratégica entre o Norte-Sul.
O nome Lapis Lazuli vem do histórico caminho afegão com a mesma denominação, onde há 2.000 anos atrás se exportava pedras semipreciosas para o Cáucaso, Rússia, Balcãs, Europa e Norte da África.
Conforme expectativa, o aumento da diversidade de transportes emergiu como uma necessidade global após o surto de Covid-19. O recente número de interrupções no transporte marítimo mostrou que deve haver diversificação nas rotas de transporte. Sendo assim, a importância das ferrovias volta às pautas de discussões. Neste contexto, o Corredor Lapis Lazuli promove o transporte de mercadorias Ásia-Europa de modo relativamente baixo.
Este corredor de transporte, que a rota principal é a linha Afeganistão-Turcomenistão-Azerbaijão-Geórgia-Turquia, pode desempenhar um papel chave para resolver importantes problemas na Ásia Central.
MAIOR DESENVOLVIMENTO PARA A REGIÃO
O corredor foi projetado para estimular o desenvolvimento na região, principalmente a economia do Afeganistão, que não possui litoral. Assim também, o Corredor Lapis Lazuli pode contribuir para expandir oportunidades econômicas para cidadãos de vários países. O corredor tem suas prioridades, nesse sentido, as principais em médio e longo prazo são:
- Aprimoramento das condições de estradas e instalações de trânsito ao longo das maiores rodovias,
- Expansão das ligações ferroviárias entre Afeganistão, Turquia e arredores,
- Melhorias em portos e locais prioritários em cada um dos cinco países ao longo da rota do Corredor,
- Condução de análise de custo-benefício no estabelecimento na Zona Econômica Transfronteiriça entre os países ao longo do Corredor,
O Lapis Lazuli é apenas uma das várias vias de trânsito da região e não se refere apenas aos aspectos de desenvolvimento do Afeganistão. Afinal, todos os acontecimentos negativos da região impedem o progresso nas linhas de trânsito. Além disso, a crescente tensão no Afeganistão, que é o ponto inicial do corredor, criou um ambiente incerto e instável.
Uma declaração feita pelo Talibã, indica que eles viram de modo positivo os investimentos feitos pela China no Afeganistão e prometeram fornecer garantia de segurança. Com a saída do exército americano do Afeganistão, a administração chinesa continuará investindo no país, indicando, portanto, que o vácuo do poder local poderá ser preenchido pela China.
O Corredor Lapis Lazuli cria uma situação vantajosa para todos os países da região e ao longo da linha, e é importante por trazer um novo fôlego para o comércio global. Assim, o corredor não trata apenas de questões políticas, pois também trará benefícios econômicos e sociais.
Fascinados por Transportes
Fonte: Traduzido e ligeiramente modificado de Ankasam. ELETEKE, Osge. A Gate on the Beijing-London Line: Lapis Lazuli Corridor. Disponível em: https://www.ankasam.org/pekin-londra-hattinda-bir-kapi-lapis-lazuli-koridoru/
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